sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Reginaldo Rossi morre aos 69 anos no Recife

Morreu, nesta sexta-feira (20), o cantor pernambucano Reginaldo Rossi, aos 69 anos. Ele estava internado no Hospital Memorial São José, no Recife (PE).

Reginaldo deu entrada no hospital em 28 de novembro e foi levado diretamente para a UTI. Na ocasião, a família não divulgou a causa da internação. Em 4 de dezembro, um nódulo foi retirado da axila direita do cantor e submetido a biópsia. No dia 9, passou por um procedimento chamado toracocentese, que retirou dois litros de líquido acumulados entre a pleura e o pulmão. O resultado da biópsia, divulgado no dia 11, confirmou o diagnóstico de câncer de pulmão.

Em sua primeira sessão de quimioterapia, o cantor respondeu mal e precisou de hemodiálise e remédio para controlar a pressão. Em 12 de dezembro, a pressão arterial se estabilizou e o funcionamento dos rins e os exames laboratoriais também melhoraram.
 

Porém, na tarde de 19 de dezembro, Reginaldo voltou a ser entubado, desta vez por apresentar fadiga muscular e queda da saturação de oxigênio, conforme divulgou o boletim médico.

Vida e carreira


Nascido em 14 de fevereiro de 1944, no Recife, o cantor e compositor Reginaldo Rossi é conhecido como Rei do Brega. Iniciou sua carreira artística em 1964, quando imitava Roberto Carlos, e comandou o grupo The Silver Jets. Ele tinha orgulho de dizer que foi o primeiro cantor rock do Nordeste.

Em 1970, fez sucesso com a música Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme, do álbum À Procura de Você. Depois disso, deixou de lado a carreira do rock para se dedicar ao lado de cantor "brega". Garçom, um de seus maiores sucessos, foi lançado em 1987 e foi hit na voz de diversos cantores. Entre seus maiores sucessos estão também as músicas A Raposa e as uvas, Em Plena Lua de Mel e Leviana.
 

Em 2009, Reginaldo participou do quadro Dança dos Famosos, no programa Domingão do Faustão, e em 2010 se candidatou a deputado estadual de Pernambuco pelo PDT, mas não obteve êxito. Antes de se lançar como cantor foi estudante de Engenharia Civil e professor de Física e Matemática.
 

Ao longo da carreira conquistou 14 discos de ouro, dois de platina, um disco de platina duplo e um disco de diamante. Seu último trabalho foi o álbum Cabaret do Rossi, lançado em 2010.
 

Reginaldo Rossi mantinha uma relação de 41 anos com Celeide Rossi, com quem tem um filho, Roberto, de 35 anos.
 

(Portal Terra)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Época de reflexão

As festas de final de ano se aproximam e as pessoas procuram fazer suas compras na agitação do comércio, fato comum nessa época. As vitrines são decoradas com motivos natalinos e a figura principal exibe a tradicional opulência abdominal vestindo gorro vermelho, luvas e botas, indumentária nada condizente com o clima tropical predominante no país. As crianças (e os adultos) se encantam com o velhinho de barbas brancas a distribuir guloseimas e abraços, acompanhado de sua indefectível e insossa gargalhada. Aí está, segundo os aficionados pela extravagante figura, a expressão da inocência e da felicidade. Pelo menos essa é a imagem que tentam incutir naqueles deslumbrados, que hipnotizados pelas luzes multicoloridas e pelo clima artificialmente festivo acabam subjugados ao apelo consumista ininterrupto, que determina comportamentos e estimula o endividamento familiar.

O verdadeiro homenageado acaba esquecido em meio a mesas fartas, aos excessos de todo tipo, ao superficialismo contagiante, às ostentações de poderio econômico e às intermináveis demonstrações de desprezo e indiferença perante nosso semelhante. Os tempos são outros e as pessoas acabaram incorporando excentricidades em seu cotidiano, privilegiando as novidades tecnológicas em detrimento da harmonia familiar, que promove o crescimento pessoal e a interação positiva. Acabamos deixando de lado os costumes seculares da confraternização, da alegria proporcionada pela reunião de diferentes gerações e permitimos o isolamento entediante e monótono, causador dos mais diferentes males que afetam o corpo e a mente. Esquecemos completamente o espírito da festa que se aproxima e cultuamos futilidades momentâneas, que se esfacelam diante da mais leve brisa. A conjugação dos verbos prioriza a invólucro em detrimento do conteúdo em que o “ter” precede o “ser”, na mais perfeita acepção da palavra.

Natal é tempo de reflexão. Oportunidade para redirecionar posicionamentos, se necessário for. De rever conceitos, de espalhar o otimismo, de oferecer e aceitar o perdão. Natal é época para o cristão reafirmar sua missão nessa vida terrena, assim como aquele esquecido aniversariante. Que apesar de todas as provações e humilhações demonstrou sua inabalável fé entregando a própria vida para a salvação da humanidade. O rabino que curou as chagas dos enfermos, que expulsou os vendilhões do templo, que levou incansavelmente a palavra divina aos povos e que amava a todos indistintamente, hoje clama pela nossa atenção. O menino judeu nascido na simplicidade de uma estrebaria só quer um lugar em nosso coração, apesar de tantos compromissos assumidos nesse final de ano. ELE só precisa que o deixemos entrar, que o aceitemos plenamente. Espera ainda que levemos um pouco de alento àqueles que tanto necessitam. Seja através de uma palavra amiga, de um abraço sincero ou de um sábio conselho. 

Que nesse Natal possamos renovar os sentimentos do amor, do respeito, da conciliação. Que façamos de nossa vida um exemplo de fé, de perseverança e de perdão. Que possamos reconhecer em nosso semelhante o semblante daquele que um dia carregou em seus ombros o peso do cruel madeiro, simbolizando todos os nossos pecados. Natal é época de renascimento, de um novo tempo em nossas vidas. Saudemos com alegria a chegada do rebento. E que o Menino Jesus encontre seu lugar no coração de cada um. Feliz Natal!

José Luiz Boromelo, escritor e cronista.